"Tem gente que critica o Bolsa Família como assistencialista porque estamos dando o direito de os mais pobres comerem. Essas mesmas pessoas não criticam as bolsas de 2 mil dólares que damos para os doutores no exterior. Temos que cuidar da sociedade como um todo, mas cuidar dos mais pobres em primeiro lugar."
Bolsa família e bolsa de doutorado. Tudo migalha que o governo oferece.
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Lula diz
Postado por Carola às 11:04 AM
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5 comentários:
Nãnão! A crítica do bolsa família, a meu ver, não é bem por aí.
O programa funciona como uma esmola, dessas que os "pobres" pedem no semáforo, e não exige nada em troca. É uma distribuição de dinheiro para quem não tem emprego e tem que sustentar sua família e, se começar a trabalhar perde o direito à bolsa. Por que então, uma pessoa em sã consciência iria começar a trabalhar se recebe todo mês uma esmolinha do governo sem precisar fazer nada, nem dar satisfação?
Existem mtos estudos dizendo que nas regiões onde o bolsa-família tem "grande representatividade" as pessoas que o recebem não querem mais trabalhar!
Acho que deve sim, sem dúvida nenhuma, cuidar dos pobres! E que são, tb sem dúvida nenhuma, o setor que mais necessita de assistência. Mas não dessa maneira. São necessários investimentos DESCENTES nas regiões mais carentes do país, forneça trabalho e uma vida um pouco mais digna, com educação, saúde, transporte, saneamento de qualidade...
Mas o problema disso para o governo é que talvez eles mesmos saibam que não são capazes de promover algo do tipo, e que, educar um povo signifique um pouco mais de pensamento crítico e capacidade de análise...em palavras bem toscas, vamos manter a ignorância pra manter o poder (a linda frase "Ignorance is a blessing" do 1984)...
E vamos dar dinheiro assim, sem mais nem menos, pra garantir os votos...
Engraçado este comentário aí de cima... Porque ele contradiz em absolutamente tudo um estudo recente (e este vai com referência).
LINK: http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/447001-447500/447162/447162_1.html
O pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), Sergei Soares, disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta quinta-feira, dia 02, que não concorda com o argumento de que o Bolsa Família é uma “fábrica de vagabundos” que vicia o beneficiado e o induz a não procurar emprego.
“Esse tipo de programa de transferência de renda não tem qualquer impacto negativo sobre a oferta de trabalho”, disse Soares.
Sergei Soares lembrou que a pessoa que ganha o teto do Bolsa Família tem um benefício de R$ 95 a R$ 105, que é muito inferior a um salário mínimo.
“Não faz sentido você decidir que não vai trabalhar para ganhar uma quantia tão pequena quando você podia trabalhar para ganhar um salário mínimo”, disse Soares.
Soares disse que as pessoas inscritas no Bolsa Família não deixam de procurar emprego por causa do benefício. “Ao contrário, em alguns casos, a pessoa passa a trabalhar mais... Então, em alguns casos, não todos, o que a gente tem é que essas famílias aumentam a participação no mercado de trabalho”, disse Soares.
Sergei Soares organizou um estudo do Ipea que mostra que a transferência de renda por meio de programas sociais ajuda a reduzir a desigualdade social no Brasil, no México e no Chile.
Leia o texto na íntegra no link a cima.
Li a entrevista acima e achei interessante o argumento de que ganhando o bolsa família a pessoa pode então procurar trabalho mais regular que os bicos necessários para a sobrevivência sem essa bolsa.
Entretanto, sendo ou não casos assim pontuais, para que isto se torne a regra do bolsa-família, creio que mais deveria ser criado, como uma auxilio agenciador para procura de emprego e estratégias de investimentos com o dinheiro da bolsa. Mais claramente, uma orientação para que as pessoas não se acomodem com esse dinheiro de bolsa assim como um prazo e regra claras em relação ao termino do benefício.
Esse mesmo tipo de orientação creio que deve ser dada também para os estudantes que recebem bolsa. Muitos pulam de etapa em etapa da vida acadêmica sempre confiando na próxima bolsa que o governo irá lhe dar.
Ambas os auxílios deveriam caminhar junto. Os favorecidos pela bolsa-família deveriam se empenhar em procurar trabalho. Aos favorecidos pelas bolsas acadêmicas, deveria se haver uma preocupação em retornar isto para a sociedade de algumas forma (projetos, abertura de empresas, desenvolvimento tecnológico, etc...)
O que falta é orientação.
E só um link de uma notícia sobre o tópico: http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u321225.shtml
O governo está cobrando de volta R$ 54 milhões de bolsistas da CAPES de CNPq que descumpriram o contrato, ou não defendendo a tese ou indo para o exterior e ficando de vez, quando deveriam ter feito parte da pós no Brasil.
Não sei se me arrependerei depois, mas...
Assino embaixo, Pigozzo!!!
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